Aí eu acordo e a primeira coisa que vem na mente é aquilo
que tanto me faz feliz e tanto me conforta.
O motivo maior de todos os meus sonhos e sorrisos. Passo até aquele
perfume que tanto gosta, só pra ver o
seu sorriso e o elogio de que estou com cheirinho tão bom do seu agrado.
O telefone fica sempre no meu colo, sei que quando tocar vai
ser você. Como é bom ouvir tua voz logo cedo sabe? Parece que o dia torna-se
tão perfeito e completo... Não sei
explicar mesmo, desculpe.
Às vezes o dia parece tão longo e às vezes as horas nunca
passam e tudo congela... Tudo que eu mais desejo neste momento e segurar tua
mão e sentir o teu belo cheiro que tanto me afaga. Solidão a mil não é?
Aí o bendito toca, escuto sua voz e já é por do sol, você me
diz que já vai chegando.
Fico pensando em coisas belas para poder lhe dizer carinhos
em que vou fazer e como vou fazer para ser diferente e mágico todos os dias.
Demora tanto e aquele momento em que o tempo nunca passa
prevalece agora... E eu aqui sentado na escada da minha casa, todo estático,
mudo e quase morto, cheio de esperanças, cabeça cheia de frases e gestos...
Tudo para te fazer sorrir.
Já não existe mais sol e tudo que vejo são gotas de chuva.
Pra ficar legal a bateria do seu telefone acabou e todo o batimento cardíaco
sumiu...
Acho que vou subindo o morro pra ver se te encontro mais
rápido. A chuva engrossa e tudo é tão escuro que mal posso enxergar.
Mas...
Vejo sua sombra lá na ponta do morro, toda encharcada,
caminhando devagar, cabisbaixa, segurando os cadernos molhados... Passos curtos
e sem precisão por causa do scarpin preto, que além de te
deixar mais bela atrapalha-te a andar.
Na minha mão carrego uma sombrinha barata, nas costas uma
mochila vazia e na outra mão uma caixinha de suco do sabor que você mais gosta.
Agora tão pertinho e posso ver as gotículas escorrendo pela
lente dos seus óculos juntamente com o franzir de sua testa (pode ser o frio
né?).
Bem rápido abro a sombrinha, guardo seus cadernos na mochila
e ponho em minhas costas... Em um gesto brincalhão você me toma o suco e eu
ali, todo preocupado em lhe proteger, nada mais.
Vejo agora um belo sorriso e um enorme silêncio em meio a
tanta chuva; Gosto quando isso acontece, parece mágica. E toda essa ausência de
som que seu sorriso expele, me proporciona uma calma incomparável... Você ali e
eu aqui; O barulho da chuva abraçando nós dois. Não precisa dizer nada, mas
mesmo assim com jeitinho você encosta a lateral da cabeça no meu peito fazendo
com que eu te dê um abraço protetor.
Levo-te para casa e mais tarde lá mesmo assistimos a um
filme. Nem me importa muito sobre o filme ou que gênero é sabe? O que mais
desejo agora é que este momento congele para todo o sempre.
Hora de descanso e a delicadeza bate em nossa porta. Desde
que fui lhe buscar você não disse uma só palavra ainda...
Segura na minha mão e me joga na cama e eu começo a sorrir
quando escuto: "Sabia que te amo tanto seu bobo?". Dessa vez o silêncio vem de mim
e tudo que consigo fazer é suspirar aos seus beijos.
Calor forte, beijos no pescoço, unhas atoladas nas costas,
ausência do ato de não fazer barulhos e sem mais detalhes conversamos sobre os
nossos dia e noite; Como foram lindos e satisfatórios...
Alguém dormiu primeiro... Todo assustado eu vejo entrar pela
janela um raio de sol que ilumina um bilhete que diz: "Você me completa mesmo
estando ausente, em sua gaveta deixei um presente, o pão está dentro do forno,
mais tarde te ligo... Se eu não te ver hoje novamente, morro... Assinada: ...".
No meu rosto um sorriso de criança. Tomando café sento ali no
banquinho com o telefone ao lado esperando ele tocar, pois quando acontecer sei
que vai ser você.
sapo______________________________________07.11.2012
sapo______________________________________07.11.2012