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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

dias frios


Chove lá fora. O vento é forte e não há possibilidade de sairmos de casa.
Já consigo escutar o assovio do buli, que ferve água para o chá de hoje. Deixei você escolher o filme que vamos assistir, não importando o gênero que vai ser, pois a ocasião favorece o clima bom que vai ficar.
Alguns relâmpagos, trovões, picos de energia(aqui choveu, luz acabou né?), tapete na sala e o nosso gato de estimação está encolhidinho, curtindo o dia de frio do jeito dele.
Bateu uma saudade do tempo em que eu ouvia rádio sempre sabe?
A proposta é que desliguemos tudo, nos embrulhemos no cobertor apaguemos as luzes e liguemos o rádio em uma estação de boa música.
Deixando que a única luz que entre em  nossa casa, seja a dos relâmpagos e do poste da rua, que às vezes é refém dos picos de energia.E para que não pare de tocar aquela música antiga, saco do armário aquele par de pilhas que eu guardava para emergências. Bom... isso para mim é emergência e prioridade.
Não temos mais aqueles biscoitos quentes a um certo tempo. 
Eu sentado no sofá e você sentada com as costas colada no meio peito...
No rádio tocou "que nega é essa","pintura sem arte","preciso me encontrar" e "Pierrot apaixonado" ... E toda essa música boa ia se juntando com um lindo silêncio que havia na sala.
Umas de nossas mãos estavam a mais de horas entrelaçadas, enquanto as outras seguravam o copo com chá. Hora fazendo carícias sem malícia, outrossim, deixando-as escapar em alguma parte erógena do corpo. Exalando suspiros, sorrisos de diferentes formas, mordidas na própria boca, beijos carinhosos e olhares fitados, que junto ao silêncio dizem muita coisa.
As pilhas vão ficando fracas, o som do rádio vai abaixando aos poucos, a chuva fica mais forte e o barulho que ela causa no telhado sem lajem é mágico e indescritível.Algumas marcas de mordida na minha barriga, outras no seu pescoço; unhas ferozes que agora estão a marcar minhas costas, são parceiras do vapor que sai da sua boca ao urro de seus orgasmos multiplos. Seus gemidos soam como música nos meus ouvidos, até melhor do que aquelas músicas que ouvimos mais cedo. Nas suas coxas eu deixo marcas das minhas mãos grossas e firmes, assim como em seu cabelo, o qual faço questão de puxar com toda delicadeza e força necessária, para que esse dia frio seja eterno enquanto dure. Algumas pernas tremem, alguns sorrisos voltam, lágrimas sem choro aparecem e pode ser que nossos corpos amoleçam; ao contrário dos nossos beijos que são firmes e eficazes, com mordidas e grandes proporções. Arrepios... Calafrios... Mais umas doses de silêncio, toma conta da nossa sala.
Já é outro dia, porém madrugada. As marcas que esse dia frio vem nos trazendo são ótimas e de fazer inveja a muitos leitores.
Deixa a noite agir, sorrir e dizer,
que não há nada mais belo para fazer com você, quando um dia frio aparecer.

sapo____________________________________28.01.2015