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terça-feira, 6 de novembro de 2012

dias de chuva


Aí eu acordo e a primeira coisa que vem na mente é aquilo que tanto me faz feliz e tanto me conforta.  O motivo maior de todos os meus sonhos e sorrisos. Passo até aquele perfume que tanto gosta, só pra ver  o seu sorriso e o elogio de que estou com cheirinho tão bom do seu agrado.
O telefone fica sempre no meu colo, sei que quando tocar vai ser você. Como é bom ouvir tua voz logo cedo sabe? Parece que o dia torna-se tão perfeito e completo...  Não sei explicar mesmo, desculpe.
Às vezes o dia parece tão longo e às vezes as horas nunca passam e tudo congela... Tudo que eu mais desejo neste momento e segurar tua mão e sentir o teu belo cheiro que tanto me afaga. Solidão a mil não é?
Aí o bendito toca, escuto sua voz e já é por do sol, você me diz que já vai chegando.
Fico pensando em coisas belas para poder lhe dizer carinhos em que vou fazer e como vou fazer para ser diferente e mágico todos os dias.
Demora tanto e aquele momento em que o tempo nunca passa prevalece agora... E eu aqui sentado na escada da minha casa, todo estático, mudo e quase morto, cheio de esperanças, cabeça cheia de frases e gestos... Tudo para te fazer sorrir.
Já não existe mais sol e tudo que vejo são gotas de chuva. Pra ficar legal a bateria do seu telefone acabou e todo o batimento cardíaco sumiu...
Acho que vou subindo o morro pra ver se te encontro mais rápido. A chuva engrossa e tudo é tão escuro que mal posso enxergar.
Mas...
Vejo sua sombra lá na ponta do morro, toda encharcada, caminhando devagar, cabisbaixa, segurando os cadernos molhados... Passos curtos e sem precisão por causa do scarpin preto, que além de te deixar mais bela atrapalha-te a andar.
Na minha mão carrego uma sombrinha barata, nas costas uma mochila vazia e na outra mão uma caixinha de suco do sabor que você mais gosta.
Agora tão pertinho e posso ver as gotículas escorrendo pela lente dos seus óculos juntamente com o franzir de sua testa (pode ser o frio né?).
Bem rápido abro a sombrinha, guardo seus cadernos na mochila e ponho em minhas costas... Em um gesto brincalhão você me toma o suco e eu ali, todo preocupado em lhe proteger, nada mais.
Vejo agora um belo sorriso e um enorme silêncio em meio a tanta chuva; Gosto quando isso acontece, parece mágica. E toda essa ausência de som que seu sorriso expele, me proporciona uma calma incomparável... Você ali e eu aqui; O barulho da chuva abraçando nós dois. Não precisa dizer nada, mas mesmo assim com jeitinho você encosta a lateral da cabeça no meu peito fazendo com que eu te dê um abraço protetor.
Levo-te para casa e mais tarde lá mesmo assistimos a um filme. Nem me importa muito sobre o filme ou que gênero é sabe? O que mais desejo agora é que este momento congele para todo o sempre.
Hora de descanso e a delicadeza bate em nossa porta. Desde que fui lhe buscar você não disse uma só palavra ainda...
Segura na minha mão e me joga na cama e eu começo a sorrir quando escuto: "Sabia que te amo tanto seu bobo?". Dessa vez o silêncio vem de mim e tudo que consigo fazer é suspirar aos seus beijos.
Calor forte, beijos no pescoço, unhas atoladas nas costas, ausência do ato de não fazer barulhos e sem mais detalhes conversamos sobre os nossos dia e noite; Como foram lindos e satisfatórios...
Alguém dormiu primeiro... Todo assustado eu vejo entrar pela janela um raio de sol que ilumina um bilhete que diz: "Você me completa mesmo estando ausente, em sua gaveta deixei um presente, o pão está dentro do forno, mais tarde te ligo... Se eu não te ver hoje novamente, morro... Assinada: ...".
No meu rosto um sorriso de criança. Tomando café sento ali no banquinho com o telefone ao lado esperando ele tocar, pois quando acontecer sei que vai ser você.


sapo______________________________________07.11.2012

quinta-feira, 14 de junho de 2012

tempo e tempo


Sempre estranho, mas existe algo que quando possível, distorce tudo que há dentro de nós, humanos. Direções positivas dão lugar a fragmentos negativos, assim como linhas negativas começam a servir para coisas positivas.
Começa a ganhar algo e mesmo assim a dúvida vem ao ar... Parece que perde e algo mais vai embora, nuca veio, não conhecemos ou talvez nunca entre em nossas palmas. Pode ser um objeto, um desejo, uma pessoa, uma música... Um alguém. Sabe?
O tempo às vezes concentra-se em nossos corações, trazendo essa linda turbulência. Segredos começam a transbordar mais e mais a cada piscadela executada e a solidão parece não ter fim neste momento. Nuvens, vento, gravatas, sujeira e poeira... Para que serve isso tudo no momento em que o tempo que gira tudo, parece não fazer nada? Nesse exato segundo onde sexo, paixão, amor e nem mesmo um abraço têm tanto valor quanto a uma resposta do tempo.
E tudo para. As engrenagens enferrujam, a água seca, parágrafos transformam-se em desenvolvimentos e o nada nunca valeu tanto como o agora.
O tempo nos usa fazendo segundos em dias sem horas.
O melhor de tudo é quando aparece algo e páginas novas e limpas vão surgindo...  Lá de longe até se escuta o canto de um pássaro trazendo algo que o tempo nos deu, que também não sei distinguir o que é.
A direção de todos os caminhos milagrosamente some e o que sobra por aqui é o infinito da visão que poucos infelizmente podem ter, sempre tiveram ou algum dia terão para sempre.
Deitar no chão, fechar os olhos por uns instantes e respirar bem fundo parece ser um ótimo remédio...
Estranho como o telefone neste momento nunca toca, a tinta nunca sai da caneta e tudo o que quer dizer no final não consegue se libertar do diafragma.
Tudo se compara a um brinquedo que dar-se corda e quando essa “corda” acaba, fica ali... Estático, congelado, sem som, neutro, esperando algo para revivê-lo e trazer seus movimentos à tona.
As perguntas sempre são presentes que recebemos de braços abertos, mesmo não querendo; Acabamos sendo alienados a isso. Talvez essa tal alienação, possa fazer bem no final.
O que realmente queremos receber são respostas do tempo... Nada mais do que tal humilde.
Muito simples tudo isso...
Uma delas sabemos e até demais:
A resposta para todas as perguntas, infelizmente só chegará quando todas as pálpebras fecharem-se para todo o sempre.
Neste momento a reversão será exata, perfeita e sem dúvidas.
Só nos resta esperar e ceder lugar a paciência.
Lindo tempo, que nos fornece todo esse belo presente chamado vida.


sapo______________________________________14.06.2012

quinta-feira, 7 de junho de 2012

a festa



Altos e baixos na igualdade do momento morô?Cigarros e litros de varias biritas circulam nas bocas. As luzes distorcem a beleza e  a fumaça distorce os perfumes mais belos. neutrlizado tudo fica... Nada de som, nada de cheiro e nada de faces.Corpos abastecidos por algo que não leva muito longe e que depois mata o mesmo por algum tempo ou todo tempo.Silêncio na pista e um grito de morador de selva escorre no ar e a distinção do som é altamente duvidosa morô? Altas casquinhas, várias cafungadas em cangotes ou papelotes encanudados. Vários pagando de tarzã outras pagando de princesa, tipo um conto de fadas só que nem sempre tem o tal do final feliz. Cadarço sujo,saia curta,boca resecada por toda fumaça existente no ar. Até alguns beijos de pouca fé  frases sem nexo e anexo... Petelecos em restos de cigarro...Notas de todos os tipos largadas ao chão sujo e molhado.Sexo e banheiros daquele jeito: Tudo lotado.Olhos revirados e ali na frente alguns meios fechados... sacrifício? Que nada... Mais tarde saberás o resultado ou o que resultou tal fato morô? Gargalhadas, lágrimas de não sei o que, suor das costas ,seios e peitos...Entradas e saídas de várias coisas e figuras xerocadas, assim mesmo: sem rg próprio .Farol, buzina, braços abertos... Abraço de alma ôca.Até paro pra ver qual o sentido que devo seguir.As vezes só paro e tudo que faço de verdade é de tudo isso conseguir no final sorrir...morô?

sapo_______________________________________ 07.06.2012


domingo, 27 de maio de 2012

tudo some


Não sabemos bem qual a relação da arte com o corpo ou pelo menos na minoria das pessoas talvez.
Somente das verdadeiras sei...
Um palco, roda, microfone ou algo do tipo, tem um forte poder de transformação no caráter de um simples individuo...
Ali, onde defeitos são escondidos juntamente com angustias, segredos e passagens rústicas de suas vidas.
Ali, onde pessoas tornam-se cegas, surdas, pálpebras se fecham e todo o som que o corpo emana é o do coração, que se enche de alegria, escuridão e alguns sentimentos que nenhum Homem conseguiu desvendar ou alcançar até hoje... Sabe?
Inexplicável como uma pessoa tão pequena e anônima, consegue transmitir tanta energia e sentimentos sem fim para tantas pessoas, cada uma com seu entendimento único. Como esse único ser transmite tanta mensagem, tanta coisa boa sem descolar os lábios e sem sequer produzir sequer um ruído fonético.
Tudo é esquecido...
Tudo é camuflado...
Problemas somem...
As horas param quase para sempre...
Nomes vão embora das mentes e tudo de ruim que no mundo existe, ali mesmo some.
Um movimento do corpo que toca...
 Uma pose similar a uma estátua...
Muita dor e muito treino... Ali tudo some.
E nenhum centavo compra esse sentimento, pois, sabemos que esse sentimento é verdadeiro, único e puro... Geralmente não vendemos esse tipo de coisa que é tão nossa e que ainda não foi descoberta para ter valor comparável.
Louvado seja a dança, a música e o teatro.


sapo_____________________________________27.05.2012.



quarta-feira, 11 de abril de 2012

um velho serei

Quem Sabe, um dia serei um simples velho, onde sentarei em baquinhos de praça para alimentar pequenos pássaros. Barba fechada, longos dreads, sorriso amarelado pelo café matutino...  Sei lá.
 Quero meus fones sempre comigo, como se fossem parte do meu corpo ou como sempre foram (ainda não me conformo que não seja).
Minha pele surrada ainda vai ter mais espaços para mais tatuagens e ainda vai sustentar as artes antigas que sempre tive com tanto carinho.
Meus pensamentos cada vez mais velhos e seguros, assim como eu estarei e me sentirei daqui a alguns momentos... Como é bom viver... Como é bom respirar a mesma brisa de ontem e de 20 anos atrás...
Acordar com as costas peladas na grama gelada de algum final de semana... ou caminhando ao longo da praia de olhos fechados e pela ausência de praia para me acompanhar, pode ser as calçadas dotadas de poeira fina...
Sorriso altamente sarcástico para espantar todo mal, eu terei colado em minha face... Não necessito de músculos ou de grandes mulheres, bastam meus ossos e a minha única companheira... Serei homem de uma só, de verdade e coração.
O que quero dessa vida? Felicidade e verdade em todos os sentimentos apenas... nada mais basta para que eu me torne eternamente completo. 

sapo________________________________________________11.04.2012

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Silêncio

 Como é difícil se calar em alguns momentos, ser paciente e conseguir reter uma lágrima que mais parece uma gota de sangue.
Não tem por que pensar, agir, falar nada... O silencio neste exato momento transforma-se no seu melhor amigo e tudo que se consegue expressar é o franzir de uma testa.
Às vezes para evitar tragédias, outras para encontrar a paz, esconder algo ou até mesmo para não executar os sentimentos daquela pessoa que tanto gosta, admira... Ama.
O silencio que diz tanto, machuca tanto e cura um monte, retém tantos sentimentos ocultos inclusive a confusão interna.
Faz o coração sorrir, faz a alma sofrer, o mais forte torna-se podre e o mais fraco fica tão vulgar quanto o mundo... No final sente-se uma casa grossa e robusta nascendo do lado de fora... De fora do coração, da pele, dos sentimentos... De tudo.
Um sorriso cheio de silencio... Um mistério à tona!
Lá dentro um coração gelado, na ausência de barulho, esperando o ruído de um piscar verdadeiro em meio ao silencio para poder viver e sorrir.
Tanto barulho em vão... Onde apenas o silencio era o suficiente para a resolução.
Sim... É sim! Agora estou calado...  Para que algo se torne vivo e venha nascer em algum lugar desta terra perfeita... Quando? Não sei...
Bem mais convicto do que qualquer cifrão somente agora escuto... O tic-tac do pequeno relógio e barulho da minha respiração!


sapo______________________________________17.02.2012

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

segredo

Nem percebi que vim visitar este lugar. Tanto tempo que estou por aqui... Passou tão rápido... Engraçado. Estava dormindo em minha cama, depois de uma quinta-feira agitada e quando acordei estava eu aqui, sentado em frente a esse lago tão lindo, com variedade de seres nunca vistos e descobertos. Vejo tudo isso daqui encostado no tronco de uma árvore desconhecida e cheia de galhos e folhas verdes.
A grama por onde eu ando sempre é verde e as árvores sempre bem floridas e sortidas de frutos e flores. Falando em flores, este foi o maior e o mais belo jardim que já vi desde quando eu estava vivo...
Animais livres como a minha mente que agora somente o descanso eterno merece.
O sabor de uma fruta daqui, nenhuma riqueza da terra chega perto do valor de seu sabor e a única fumaça que vejo, são aquelas brancas que na terra tinha costume de chamar de nuvem. O barulho mais alto que escuto é o das formigas são o das formigas em seu trabalho árduo e infinito ou de alguma folha quando cai e se desfaz ao vento diante dos meus olhos.
Engraçado como agora escuto meu coração bater e pareço até estar mais vivo do que antes... Como? Realmente não sei!
Gosto daqui. Tudo tão calmo, cheio de amor e sem aquela guerra toda.
Tanta coisa queria eu falar daqui de cima... Mas , Ele não deixa...